Consumidor Ultradinâmico: mudanças no consumo em seis tendências de futuro

Consumidor Ultradinâmico: mudanças no consumo em seis tendências de futuro
09/12/2019 APAN

Consumidor Ultradinâmico: mudanças no consumo em seis tendências de futuroO que espera o consumidor das marcas e que mudanças se estão a fazer sentir no comportamento do público face a realidades tão distintas como as compras realizadas através de dispositivos móveis, preocupações ambientais ou o envelhecimento da população? Este foi o ponto de partida para o estudo “Consumidor Ultradinâmico”, apresentado recentemente pela WGSN (Worth Global Style Network), considerada uma autoridade global na análise e previsão de tendências.

Apesar da ideia existente de que a tecnologia é o principal fator que está a acelerar as alterações no mercado, este estudo revela que são principalmente os consumidores os responsáveis pelas mudanças que se vivem, projetando as alterações sentidas pela própria sociedade e desafiando velhos modelos económicos. O estudo demonstra também que os consumidores se afirmam cada vez mais exigentes, avessos a padrões antigos e possuidores de novos valores. Uma realidade que estimula novos modelos de negócio.

Perante este enquadramento, as marcas são levadas a questionar que mudanças estão a acontecer no comportamento dos consumidores e que impacto o comportamento do “consumidor ultradinâmico” terá no mercado a partir de 2020. As respostas são dadas no estudo, que identifica seis macrotendências que estão por trás da mudança no comportamento do consumidor: compras realizadas por dispositivos móveis; ligações humanas; confiança nas marcas; preocupações com o clima; envelhecimento populacional e economia circular.

As tendências identificadas pelo estudo “Consumidor Ultradinâmico”:

  1. Revolução das compras através de dispositivos móveis

Cada vez mais as pessoas querem consumir via dispositivos móveis, sem interação e sem processos, o que obriga as marcas a precisarem de estar atentos a isso e a adaptar o seu negócio. Segundo estudo, 64% dos retalhistas afirmam que o pagamento através do telemóvel é uma prioridade para o funcionamento do seu negócio. Outro estudo, feito pela YouGov, demonstra que 44% dos entrevistados entre os 18 e os 24 anos sentem-se mais confortáveis a conversas com novas pessoas através das redes sociais do que presencialmente. Daí se pode inferir que a tomada de decisão pelos consumidores é feita antes da visita à loja física.

Aumentar a utilização do smartphone dentro da loja, a automação do método de pagamento, o contributo da realidade aumentada para ajudar os consumidores no momento de compra e o recurso à inteligência artificial são ferramentas que as empresas têm nas suas mãos. Contudo, estas mudanças devem levar as empresas a prepararem-se para os impactos desta nova realidade, inclusive na relação entre empregados e empregadores. A automação gera riscos e importa garantir que o antigo papel desempenhado pelos colaboradores seja redefinido.

  1. A importância dos sentimentos

As ligações humanas são valorizadas à medida que as pessoas se sentem mais sozinhas, numa busca que as leva a sentirem-se mais humanas. Por outro lado, com as empresas a investirem em tecnologia de inteligência artificial e experiências digitais, a importância da ligação humana será um fator diferenciador fundamental para as marcas. As estratégias de personalização começam a crescer como um ponto de diferenciação para além do preço.

  1. A economia da confiança

As marcas e os retalhistas precisam de desenvolver novas estratégias capazes de aumentar o nível de confiança das pessoas que, face à elevada onda informativa, onde se incluem fake news, que recebem diariamente são levadas a questionar em quê ou em quem confiar. Sendo a confiança um importante fator de estímulo ao consumo, constata-se que os gastos das pessoas têm uma relação direta com o quanto elas confiam numa marca.

Para além de esperam que as empresas disponibilizem produtos e serviços de qualidade, os consumidores procuram que as empresas sejam agentes para mudanças positivas. Segundo o estudo Edelman Trust Barometer, 64% dos entrevistados disseram acreditar que uma empresa possa tomar ações que aumentem os seus lucros e melhorem as condições económico-sociais das comunidades ao seu redor. Quase dois terços das pessoas afirmaram que desejam que os CEOs assumam mudanças políticas em vez de esperar pelo governo.

  1. Preocupações climáticas

Os cidadãos estão cada vez mais sensibilizados e motivados a procurar soluções para tornar o mundo melhor face aos desafios ambientais existentes e para limitar ou reverter os danos causados ao ecossistema.

Esta reação emocional dos consumidores exige que os retalhistas criem novas estratégias. A discussão pública em torno do uso do plástico e a procura do público por soluções como garrafas de água ou copos de café reutilizáveis é apenas uma entre as muitas mudanças comportamentais que vão exigir novas estratégias às empresas. De acordo com dados recolhidos pela Nielsen em 2018, a taxa de crescimento na venda de produtos tem aumentando em determinados setores sempre que existem alternativas sustentáveis.

  1. A geração de vida longa

As pessoas vivem mais e melhor e as marcas precisam de estar atentas a esse desejo crescente. Os países desenvolvidos – dos EUA ao Japão – reconhecem que é difícil lidar com o envelhecimento da população e com as grandes mudanças que acontecem na distribuição de rendimento. De acordo com a ONU, essa questão causará a transformação social mais significativa do Séc. XXI, com implicações em todos os setores da sociedade.

Esta é uma oportunidade para os retalhistas. Fazer alguns ajustes no espaço de loja para receber bem esse grupo demográfico, remover barreiras físicas e melhorar a mobilidade, instalando rampas e alargando corredores e entradas por exemplo, pode ter um impacto positivo nas vendas. Além disso, o relacionamento de pessoas mais velhas com a tecnologia tem-se tornado cada vez mais próximo.

  1. Fim da posse

A economia partilhada ganha força num cenário em que os consumidores estão mais abertos a experimentar e as marcas precisam de entender a dinâmica deste novo mercado. As pessoas estão a deixar de gastar em coisas para investir em experiências. O processo de descoberta de produtos também parece ter mudado para sempre: os consumidores de hoje deixam de “ir às compras”, mas ao mesmo tempo, nunca deixam de fazer compras já que estão sempre ligados a aplicações móveis e ao Instagram. Existe uma grande oportunidade para os retalhistas que criam produtos, experiências e serviços capazes de adicionar um valor real à vida do consumidor (e que também possam ser partilhados nas redes sociais).

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