“Mantenha o rumo sobre DEI e sustentabilidade.” CEO da WFA apelou à indústria antes de Cannes. É profundamente preocupante o que está a acontecer na nossa indústria atualmente. Muitas empresas estão a dar um passo atrás nas suas posições públicas sobre o DEI e a sustentabilidade.
“Uma em cada sete pessoas que trabalham em marketing a nível global pode deixar a indústria porque não reflete, acomoda ou acolhe as experiências vividas. Precisamos definitivamente de mudar isso se quisermos continuar a atrair os melhores talentos.”, afirma Stephan Loerke, CEO da WFA.
Sabemos que a maioria das empresas membros da WFA ainda estão a trabalhar tão arduamente como sempre nestas áreas, mas mesmo aquelas que estão a fazer progressos estão cada vez mais relutantes em falar sobre elas.
Recuar assim e permanecer em silêncio parece um grande retrocesso para nós enquanto indústria.
O Censo Global DEI de 2023, liderado pela WFA, descobriu que uma em cada sete pessoas do marketing global pode deixar o setor, uma vez que este não reflete, acomoda ou acolhe as experiências vividas. Precisamos definitivamente de mudar isso se quisermos continuar a atrair os melhores talentos.
Num mundo polarizado e cada vez mais tenso, compreendo que ninguém queira atrair críticas públicas por tomar uma posição, mas as marcas podem optar por matizar ou ajustar como e onde comunicam os seus compromissos.
E, num ambiente económico operacional difícil, compreendo que os acionistas precisam de ouvir que os profissionais de marketing estão a colocar o crescimento em primeiro lugar. Mas cumprir as metas de DEI e de sustentabilidade é parte integrante da agenda de crescimento e não uma distração da mesma.
Para cada agenda – e estão interligadas – o ROI é claro. Todos os dados – incluindo a nova investigação que a Unstereotype Alliance revelou em Cannes – mostram que as marcas inovadoras impulsionam o crescimento do negócio.
E todos os dados mostram que os consumidores querem que as marcas assumam a liderança quando se trata de enfrentar os maiores desafios da sociedade. Há todo um conjunto de pesquisas que nos diz que as pessoas confiam mais nas marcas do que nos governos, nos media e até na sociedade civil para gerar mudanças reais.
Como podemos levar as pessoas connosco nas mudanças necessárias para reduzir o impacto das alterações climáticas, se evitamos falar sobre o assunto?
À medida que o mundo muda, como podemos chegar a diversas comunidades para impulsionar o crescimento da marca, se não incluímos as suas vidas no nosso marketing?
Se recuarmos, quem irá impulsionar o progresso nestas áreas vitais?
Como setor, devemos manter o rumo.
Na WFA, o nosso objetivo é fazer progressos, não a perfeição. Estamos 100% empenhados em continuar o nosso trabalho nestas questões:
Esta semana, publicamos um novo guia de DEI na produção de conteúdos, concebido para ajudar as equipas de marketing a acelerar a representação atrás e à frente das câmaras.
Estamos também a lançar novas diretrizes em parceria com a Ad Net Zero para ajudar as agências e anunciantes a medir e reduzir a pegada de carbono do seu investimento em meios digitais, um fator-chave para as alterações climáticas.
Sim, quero naturalmente que as nossas discussões em Cannes se concentrem na criatividade e na forma como esta pode impulsionar o crescimento da marca, mas também nas grandes questões sobre o nosso papel enquanto marcas e agências na melhoria do mundo em que vivemos.
Fazer progressos na sustentabilidade e no DEI e impulsionar o crescimento da marca não são exclusivos.
E, sim, estas agendas estão no centro do trabalho premiado. No ano passado, 45% dos Leões de Ouro e superiores apresentaram trabalhos envolvendo o DEI ou o Impacto Social, por exemplo.
Em 2019, Sir David Attenborough afirmou na Global Marketer Week da WFA que as alterações climáticas são agora “um desafio de comunicação”.
Se nós, enquanto especialistas em comunicação e criação, não pudermos falar sobre estas questões em Cannes, então é pouco provável que as pressionemos na sala de reuniões.
Artigo cortesia por Stephan Loerke, CEO, WFA.
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