A sustentabilidade e o desenvolvimento de novos produtos
As vertentes ambiental, económica e social são indissociáveis quando se fala em sustentabilidade e as mesmas deverão ter repercussões na concepção e design de produtos sustentáveis. No desenvolvimento de novos produtos deverá ter em atenção alguns aspetos:
Tornar os produtos menos complexos: um design simples e elegante pode reduzir a quantidade de materiais utilizados, o peso, simplificar o processo de fabrico e facilitar a reciclagem;
Tornar os produtos mais úteis: À partida pode parecer um contra-senso com o que foi dito anteriormente, mas existe uma diferença entre utilidade e complexidade. Tirar partido de utilidades extra para um produto tornam o produto não só mais interessante e desejável como também reduz o número de produtos dispersos reunindo vários num só. Os produtos multi-uso podem reduzir o consumo e aumentar a conveniência;
Reduzir a variedade das matérias-primas: Conceber várias partes do produto com recurso à mesma matéria-prima, torna o processo de reciclagem e o fim-de-vida do produto mais eficiente;
Evitar materiais tóxicos e químicos: Materiais como PVC, poliestireno, químicos tóxicos e aditivos deverão ser evitados sempre que possível;
Reduzir o tamanho e o peso: Produtos mais leves e pequenos reduzem a emissões de carbono e o custo fazendo com que o processo seja mais eficiente;
Optimizar o processo de fabrico: Determinar qual o processo de fabrico mais adequado para cada produto;
Desenvolver embalagens na fase de desenvolvimento do produto: diminuição do número de embalagens do produto e optar por materiais recicláveis ou biodegradáveis de forma a reduzir a emissão de gases poluentes e desperdício;
Desenhar produtos com vista ao upgrade futuro: na electrónica de consumo, as tecnologias tornam-se obsoletas num curto espaço de tempo diminuindo o ciclo de vida do produto. Conceber produtos em que possam ser feitos upgrades posteriores para aumento de desempenho pode poupar recursos;
Criar produtos com um design duradouro e de qualidade superior: para evitar que os produtos deixem de ser utilizados por já não serem atraentes, pode ser evitada com a criação de um design intemporal e na aposta de produtos com uma qualidade elevada;
Reutilizar o produto aquando do seu fim-de-vida: a maioria dos produtos não dura para sempre e é importante pensar numa utilidade para os mesmos quando a sua funcionalidade principal deixar de fazer sentido, procurando uma reutilização dos mesmos para outros fins;
Tornar o produto modular: O design modular é mais adequado para reciclagem e também para fins de reparação, fazendo com que a durabilidade do produto aumente. O design modular torna o processo de fabrico mais eficiente, reduz o consumo de energia na fase inicial do ciclo de vida;
Utilização de materiais reciclados, recicláveis e biodegradáveis: Design com recurso a plásticos reciclados ou recicláveis, plásticos biodegradáveis;
Evitar a utilização de tinta: a pintura dos materiais torna mais difícil o seu processo de reciclagem pois a tinta não consegue ser removida facilmente dos materiais, procurando designs que valorizem os atributos naturais do produto.
O desenvolvimento de produtos sustentáveis exige também uma especial atenção em relação à análise do seu ciclo de vida. O que são produtos verdes? Qual o seu ciclo de vida? A que tipo de consumidores se dirigem? Quais os desafios para as marcas no que diz respeito à comunicação? Estes temas serão abordados no Workshop sobre Green Marketing – Estratégia e Planeamento, que pretende elucidar sobre a relevância destas tendências de forma a que os profissionais destas áreas possam repensar os seus planos de marketing, o desenvolvimento de novos produtos, reinventar a capacidade de diferenciar os seus produtos para dar resposta às necessidades emergentes dos consumidores ecologicamente conscientes e serem geradoras de valor para o negócio.
Por: Carolina Afonso