As principais multinacionais vão continuar a suspender os seus orçamentos em publicidade durante próximos seis meses, com mais de 40% a afirmarem que pretendem adiar investimentos em campanhas, segundo o Covid-19 Response Tracker da Federação Mundial de Anunciantes (WFA).
Os dados agora divulgados seguem a tendência de maio e refletem o facto de que as maiores empresas do mundo continuam cautelosas em relação à retoma do antigo normal, mesmo quando as restrições do confinamento são levantadas em muitos países.
Enquanto em março apenas 32% das empresas tinha já avançado com campanhas que respondiam à pandemia, atualmente esse número ascende a 78%. Apesar destas campanhas impedirem as marcas de ficar na “sombra” durante a crise sanitária, tendem também a implicar investimentos em publicidade menores do que o planeado no início do ano.
As conclusões desta III edição do Covid-19 Response Tracker baseiam-se nas respostas de 35 grandes anunciantes de mais de oito setores-chave, com um investimento anual acumulado em publicidade de 65 mil milhões de dólares americanos.
Esta conclusão poderá dececionar alguns dos que procuram uma rápida recuperação dos investimentos em publicidade à medida que os mercados começam a abrir novamente. Mas esta III edição conclui que as grandes multinacionais esperam que os investimentos em publicidade caiam 36% em todo o mundo.
No entanto, existem progressos nas expetativas dos profissionais de marketing mais seniores das grandes multinacionais. Por um lado, apenas 8% se sente positivo relativamente ao contexto económico atual e 27% estão positivos em relação ao contexto económico nos próximos seis meses. Por outro lado, cerca de metade dos inquiridos admitem que se sentem pessimistas sobre qualquer um dos dois períodos (51% sobre o atual momento e 46% sem relação aos próximos seis meses).
Mesmo perante as restrições atuais, a maioria dos entrevistados está a tentar manter a colaboração com as agências parceiras. Mais de metade (53%) atualizou os serviços que tinham contratado de forma a permitir que o trabalho possa ser executado remotamente, já a mesma percentagem manteve os concursos previamente planeados.
«Embora a visão global evidencie restrições contínuas no que diz respeito aos investimentos em publicidade, as nossas conversas com os CMOs revelam que as principais multinacionais estão a assistir a crescimentos nos negócios na China e em toda a APAC. Também ouvimos sobre possíveis aumentos nos investimentos globais em publicidade em alguns sectores-chave. Contamos com uma postura prudente dos anunciantes, mas muitos já estão a trabalhar em planos de recuperação. Uma abordagem mais tática, com oportunidades de compras mais flexíveis e de curto prazo, podem ser a chave para criar a confiança para o regresso dos grandes investimentos em publicidade», conclui Stephan Loerke, CEO da WFA.
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