De acordo com um estudo holístico e preditivo assente em hábitos de compra, a Nielsen prevê que em 2020 a transparência passe definitivamente a ser uma necessidade para os consumidores, tendo em conta os baixos índices de confiança que existem na sociedade atualmente. As previsões da empresa de estudos de mercado integram as tendências esperadas para a próxima década, contando com o impacto do efeito transformador do 5G, de um processo de compra sem complicações, num cenário em que o consumidor se torna cada vez mais complexo e exigente.
- As preocupações com a privacidade e informações erradas ameaçam a credibilidade das marcas. Os níveis de confiança na sociedade atual estão em baixo, embora os consumidores ainda esperem que as marcas os conheçam e respondam às suas necessidades. A atual legislação da privacidade não resolve todas as questões sobre transparência. As grandes marcas terão que se confrontar e combater as consequências dos ataques nas redes sociais que destroem a sua credibilidade.
- A transparência será a moeda de troca de amanhã. Marcas de todos os setores terão a oportunidade de responder às expectativas “bom para ti e bom para mim” que os consumidores têm. O interesse nas políticas das empresas e naquilo que elas fazem nos “bastidores” tornar-se-ão no principal foco de atenção. Isso criará oportunidades para as empresas de todos os setores aumentarem a sua confiança e a autenticidade, enquanto respondem à necessidade de ações urgentes de proteção do meio ambiente.
- Os fabricantes produzirão localmente para vencer globalmente. Com as ondas de protecionismo, guerras comerciais, crescimento mais lento e efeitos crescentes – e consciencialização – das alterações climáticas, estamos a entrar numa nova era de consumo. Os consumidores demonstram um desejo cada vez maior de adquirir produtos sustentáveis, cuja produção seja local (eliminando taxas e impostos de importação) e que apresentem uma redução de desperdício. As cadeias de produção terão de encontrar formas de se adaptar a este desejo crescente por produtos sustentáveis.
- Cadeias de produção inteligentes antecipam e respondem à procura do consumidor. O retalho procura cada vez mais controlar todas as cadeias de produção do início ao fim, diminuindo a dependência dos produtores e apostando em marcas próprias. As marcas e retalhistas que vencerem a década de 2020 terão sucesso não com base em análises de preço e táticas promocionais, mas através da granularidade, de uma ponta a outra do seu conhecimento de dados.
- O 5G revolucionará a “Internet das Coisas” (IoT) para o retalho. Com o 5G, a possibilidade de aparelhos e objetos que se encontram habilitados a estar permanentemente ligados à Internet e a comunicar entre si torna-se finalmente uma realidade. Esta possibilidade, também designada por loT, irá disponibilizar dados aos consumidores de forma quase instantânea, praticamente sem tempos de espera, ou seja, os consumidores ficam menos limitados na sua capacidade de tomar uma decisão informada sobre as lojas e as marcas que querem escolher. Além disso, o 5G transformará as embalagens e as entregas mais inteligentes através de aplicações que recolhem e tratam dados quase em tempo real, para garantir as melhores condições de entrega sem que os produtos percam qualidade, como é o caso dos frescos e medicamentos.
- Tempo e confiança ditarão o relacionamento do consumidor com o retalho. Um comércio cada vez mais sem atritos, seja no online ou no tradicional, vai mudar a forma de atuação do retalho e do processo de compra tal como o conhecemos. Desde lojas pop-up com pagamento sem caixa, a armazéns automatizados em centros urbanos, fundindo a experiência global do consumidor com a tecnologia mais inteligente e intuitiva… este é o futuro. Um futuro que passa sobretudo pela exigência dos consumidores num processo de compra mais rápido entre o momento de descoberta até à avaliação, passando pela compra e pelo pagamento. Conveniência e automatismo serão palavras de ordem no comércio do futuro.
- “Experimentar antes de comprar” entrará (literalmente) em casa dos consumidores. Existe um push-and-pull entre a experiência na loja e a conveniência de fazer compras em casa. As tecnologias de realidade aumentada (AR) continuarão a evoluir e o 5G melhorará as acessibilidades, com a passagem de conteúdos para a cloud e a possibilidade dos smartphones serem dispositivos de AR. A AR pode ainda aperfeiçoar a experiência física com promoções especiais nas lojas acessíveis apenas através de smartphones.
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