Num artigo de opinião recentemente publicado no site da Federação Mundial de Anunciantes (WFA), Raja Rajamannar, presidente da WFA e CMO da Mastercard, afirma que a tecnologia veio transformar o cenário dos meios em que confiamos. Os consumidores têm cada vez mais conteúdos disponíveis e a atenção que dirigem para a publicidade é cada vez menor. Além disso, com um “bombardeamento” de cerca de 5.000 anúncios por dia, uma minoria significativa está a voltar-se para o bloqueio de anúncios.
Segundo Rajamannar, para permanecer relevantes na década de 2020, as marcas precisam de repensar a forma como surgem na vida das pessoas e descobrir como enfrentar três grandes desafios:
- Migração para Silicon Valley
Os principais talentos de hoje estão a ir para Silicon Valley. Seguir a profissão de marketer já não entra no leque de opções. Existe, assim, uma necessidade de voltar a atrair “os melhores” para a profissão de marketing. Para o presidente da WFA, tal só será possível através de uma abordagem dupla, em que se demonstre o impacto social positivo que o marketing exerce e a forma como contribui para mudar o mundo para melhor. Além disso, é necessário elevar o estatuto e importância da função do marketing dentro das empresas: “isso significa garantir que os principais profissionais de marketing de hoje possam juntar o pensamento do lado esquerdo e direito do cérebro, abraçando uma combinação quase ‘Da Vinciana’ de conhecimento técnico, talento criativo e perspicácia nos negócios. Este último, em particular, é fundamental para garantir que o marketing obtenha a credibilidade que merece nas reuniões de board e em toda a empresa”.
- Inteligência Artificial
Em 2020 vamos assistir ao “boom” da Inteligência Artificial (IA). Os profissionais de marketing precisam de aproveitar com sucesso todas oportunidades da IA e a possibilidades de incrementação dos processos de comunicação que lhe estão implícitos. De acordo com Rajamannar, a capacidade das marcas de adotarem a IA com sucesso determinará quais as marcas capazes de sobreviver e quais prosperarão nos próximos anos.
- Proteção das marcas no digital
As marcas devem implementar os sistemas e as medidas de proteção necessários para criar ambientes seguros para a sua identidade na era digital. A democratização da tecnologia é empolgante, mas apresenta riscos. À medida que o universo, onde os produtos e serviços são promovidos cresce e se torna cada vez mais automatizado, é essencial adotar cuidados extra para a proteção das marcas.
Raja Rajamannar defende que cabe à indústria do marketing, enquanto principal financiador do ecossistema digital, conduzir a mudança que melhor protegerá e melhor servirá os consumidores e a sociedade em geral.