Brinquedos de menina e de menino: o combate ao estereótipo de género

Brinquedos de menina e de menino: o combate ao estereótipo de género
09/12/2019 APAN

Brinquedos de menina e de menino: o combate ao estereótipo de géneroA três meses do Natal, foi assinada em França a “Carta para uma representação mista dos brinquedos” (Charte pous une représentation mixte des jouets), um documento que reúne o Governo Francês, a Federação das Indústrias de Puericultura e Brinquedos e a Associação Francesa de Criadores e Fabricantes de Brinquedos. Ao assinar esta carta, os intervenientes comprometem-se a “promover um contexto misto entre meninas e meninos na criação, distribuição e promoção de brinquedos”. O documento cita o Conselho Superior para a Igualdade, segundo o qual “os estereótipos de sexo são representações sistemáticas e globalizantes que atribuem características supostamente ‘naturais’ às meninas/mulheres e aos meninos/homens.”

A iniciativa francesa inspirou outros países na Europa, como é o caso da Holanda, onde a Ministra da Educação, Ingrid van Engelshoven, desafiou a indústria dos brinquedos a rever os produtos que fabricam e as mensagens de estereótipo de género, que veiculam. Numa TED Talk intitulada Free choice is free of gender, van Engelshoven reforçou que ainda existe um falha grande nas representações do que significa ser homem ou mulher, o que consequentemente afeta o crescimento e as expectativas das crianças.

Ao mesmo tempo, a Mattel, um dos maiores produtores mundiais de brinquedos e detentor de marcas como Polly Pocker ou Hot Wheels, lançou a linha de Barbies “Creatable World”. Os brinquedos, no formato de boneca Barbie, são de género neutro, sem características físicas distintivas e trazem várias opções de roupas e perucas, “proporcionando às crianças a liberdade de criar as suas personagens customizadas vezes sem conta”.

É precisamente na época do Natal que se assiste ao regresso do debate em torno dos brinquedos para meninos e para menina, quando os corredores azuis e cor-de-rosa dos supermercados estão em evidência mais do que nunca. Esta é, por isso, uma altura do ano decisiva quanto às opções a tomar em publicidade e marketing. As expectativas de brinquedos oferecidas às crianças impactam fortemente as suas vidas pessoais e profissionais e, no caso português, o caminho a percorrer para atingir a igualdade de género ainda é longo.

Atenta a estas questões a APAN lançou, com o apoio da WFA o Guia para uma Representação Responsável de Género em Publicidade que trata este tema de forma aberta. Recomendamos a sua leitura atenta e que se retirem conclusões que se reflitam na publicidade.

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