CEO da WFA apela ao fim de termos de marketing com alguma carga racista

CEO da WFA apela ao fim de termos de marketing com alguma carga racista
22/09/2020 APAN

CEO da WFA apela ao fim de termos de marketing com alguma carga racista Stephan Loerke, CEO da Federação Mundial de Anunciantes (WFA), fez um apelo à indústria para que mude a narrativa e deixe de utilizar termos como ‘lista branca’ e ‘lista negra’ pelos preconceitos que perpetuam.

Num artigo de opinião publicado no site da WFA começa por explicar que todos sabemos da importância das palavras e de como estas podem inspirar boas ações, por um lado, ou magoar e incitar à violência por outro. É por essa razão, e de acordo com a recomendação da “Global Alliance for Responsible Media”, que a Federação está a aconselhar todos os membros a cessar imediatamente a utilização dos termos ‘whitelist’ e ‘blacklist’ quando se referem ao conteúdo e a sites que desejam incluir ou excluir nas suas campanhas de media.

Loerke esclarece que embora não exista qualquer tipo de intenção negativa na criação e utilização destes termos, deve-se reconhecer que são errados e que, consciente ou inconscientemente, dão continuidade a preconceitos e podem magoar.

A recomendação da WFA passa por três pontos-chave:

1) Mudar a narrativa: referir-se ao conteúdo e aos sites que deseja incluir nas campanhas como “listas de inclusão” e, inversamente, o conteúdo e os sites que quer eliminar como “listas de exclusão”.

2) Ativar o “networking”: como líderes de marketing e representantes de organizações têm o dever de passar esta mensagem e chamar a atenção, educadamente, para a necessidade dessa mudança junto daqueles que não o estiverem a fazer.

3) Incorporar nas operações: atualizar todos os documentos operacionais e, especialmente, contratos entre profissionais de marketing, agências, plataformas e parceiros de tecnologia de forma a que reflitam essa mudança.

No mesmo artigo, o CEO aproveita ainda para divulgar algumas abordagens mais amplas desencadeadas pela equipa da área de Inclusão e Diversidade da WFA, nomeadamente sobre tecnologias de segurança para prevenir os discursos de ódio e eliminar as notícias falsas. Apesar de ser um recurso vital na sua função principal, pode ter consequências não intencionais na exclusão de vozes de algumas minorias e na redução do financiamento de alguns meios de comunicação.

É necessário assumir posições firmes para garantir a segurança do consumidor e, ao mesmo tempo, encontrar soluções adequadas para a marca, que apoiem uma indústria de jornalismo ativa. Para Loerke existem duas outras etapas que ele encoraja os líderes a seguir:

1) Fazer uma revisão das listas de exclusão para garantir que não contêm termos demasiado amplos e genéricos que possam acidentalmente prejudicar a cobertura positiva das comunidades minoritárias.

2) Abraçar a inclusão ativa: analisar a possibilidade de incluir ativamente nas listas de inclusão diversos títulos de media ou redes, para alcançar e apoiar positivamente estes mesmos públicos.

Stephan Loerke conclui o artigo dizendo que a linguagem que escolhemos tem impacto na cultura interna das empresas, mas também na sociedade de uma forma mais ampla, e não vai parar só por deixarmos de utilizar as palavras ‘blacklist/whitelist’. Estas considerações devem também ser aplicadas a outros termos ou expressões que tenham implicações de género, idade, raça ou outros que aportem conotações negativas e violentas.

0 Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*