O comércio e as compras por voz têm sido uma tendência crescente no setor do retalho e comércio, muito possivelmente devido à facilidade de utilização desta interface por parte dos consumidores. No entanto, nem todas as marcas possuem ainda um claro entendimento de como integrar esta ferramenta na sua comunicação de forma mais eficiente.
É neste sentido que a World Federation of Advertisers (WFA) lançou o Voice Coalition, um novo grupo de trabalho criado no seio da WFA, para ajudar as marcas a entender o impacto que a voz irá ter na maneira como os consumidores selecionam as marcas. Este lançamento teve lugar na cerimónia deste ano do Cannes Lions.
Fundado em parceria com a Fast-Up Partners (FUP), a Voice Coalition foi criada na sequência de uma investigação sobre a forma como os consumidores usam os assistentes ativados por voz para guiarem as suas decisões de compra.
A Voice Coalition reúne já um grande número de associados da WFA, entre os quais a Mastercard. O CMCO da Mastercard e presidente da WFA, Raja Rajamannar, partilhou a sua visão sobre o comércio por voz, e o que motivou o lançamento da Voice Coalition: “um estudo realizado recentemente pela WFA, em conjunto com o The Economist Group mostra que o comércio por voz é uma prioridade ainda relativamente baixa para muitos profissionais de marketing. Mas, quando questionados sobre as prioridades futuras, 55% dos membros do WFA dizem que o comércio por voz crescerá bastante – a par do marketing de influência. Dado que o comércio por voz vai muito além do marketing, será de grande importância estratégica para as empresas daqui para frente.”
Este lançamento coincide com uma nova pesquisa encomendada pela WFA ao grupo de pesquisa independente BVA sobre comportamentos de consumo entre quem utiliza o Alexa, smart assistant da Amazon, no Reino Unido e nos EUA. Com base em 1.500 entrevistados nos EUA e no Reino Unido, acrescentados com resultados de focus groups em Nova Iorque, este estudo representa uma visão muito precisa das interações entre do Alexa e marcas atualmente.
Constatou-se que 35% dos entrevistados usaram comandos de voz para verificar preços, 30% usaram para adicionar itens à sua lista de compras e 18% usaram para adicionar itens ao seu carrinho virtual. 15% usaram para fazer uma compra.
O estudo destaca o impacto que os smart assistants têm no processo de compra dos consumidores. 81% daqueles que adicionaram um item ao carrinho acabaram por comprá-lo mais tarde. O impacto é ainda mais importante junto daqueles que têm um Alexa com ecrã.
67% por cento ponderam ainda usar posteriormente comando de voz para adicionar itens ao carrinho e 60% estão dispostos a usá-lo para fazer as suas compras. Mais de dois terços (68%, chegando a 81% na faixa etária entre 16 e 34 anos) estão dispostos a deixar que o Alexa recomende marcas e 77% ficariam satisfeitos se o Alexa recomendasse uma marca adequada da Amazon.
As categorias mais afetadas por esta nova tendência são a tecnologia (40%), a alimentação e similares (47%) e o petcare (31%).
O estudo também destacou que muitos ainda não utilizaram o smart assistant para comércio por voz, com 36% a afirmar que ainda não precisaram de o fazer e 32% a dizerr que não conseguiram.
“Dado o significativo potencial inexplorado, este é o momento ideal para perceber o potencial e oportunidades apresentadas pela voz. A Coalition tem como objetivo ajudar os seus membros a tentar navegar neste novo e excitante canal”, referiu Stephan Loerke, CEO da WFA.