O marketing de influência está a atingir um ponto de maturidade em que o seu uso passou a ser essencial em todas as áreas do marketing. O conteúdo partilhado pelos influenciadores já mostrou que consegue superar o conteúdo difundido pelas próprias marcas. É por essa razão que as marcas aumentaram o budget que alocavam a este tipo de comunicação. O marketing de influência está a chegar a um estado de integração total, comparável a outras ferramentas de marketing. Apesar disto, ainda existem alguns constrangimentos nesta evolução.
A Zine, plataforma de gestão marketing de influência sediada no Reino Unido, estudaram influenciadores, marcas e agências para entender melhor o verdadeiro estado deste mercado, bem como todos os desafios com que se deparam e as tendências que se podem esperar. Os resultados que apresentam no seu “Relatório Anual de Marketing de Influência” envolveram a análise de mais de 1000 influenciadores e 100 marcas e agências.
As conclusões desta análise têm como objetivo informar, aconselhar e orientar o setor em direção a um maior crescimento. Existem três ideias principais que se retiram do estudo:
- O preço ainda é motivo de discórdia. Tanto marcas como influenciadores esforçam-se para definir indicadores exatos para remunerações justas. Contudo, os profissionais de marketing optam cada vez mais por métricas baseadas no desempenho para permitir comparações com as métricas de meios a que estão habituados a ver em outras atividades de marketing.
- O conteúdo é rei. A autenticidade do conteúdo do influenciador é lucrativa para as marcas. Como tal, estas procuram trabalhar com influenciadores que além de uma forte afinidade com a marca, têm também uma elevada capacidade criativa. Esta é uma visão partilhada por influenciadores que, enquanto criadores de conteúdo, valorizam a qualidade daquilo que produzem, acima de tudo.
- Os conteúdos patrocinados e readaptação (ou reutilização) de conteúdos tornaram-se táticas omnipresentes no sector. Assim como o marketing de influência é parte integrante, e integrada, das estratégias de marketing.
Do relatório destacam-se ainda outros indicadores:
73% dos influenciadores estão frustrados com as mudanças nos algoritmos das redes sociais. Os influenciadores esforçam-se para acompanhar estas alterações que acabam por afetar o desempenho dos seus conteúdos.
56,3% dos influenciadores acreditam que as marcas se devem preocupar com a qualidade do conteúdo acima de tudo. Ao escolher com quem fazem parcerias, os influenciadores acreditam que o conteúdo que partilham sai sempre a ganhar.
58,5% das marcas declararam que seu orçamento de marketing de influência aumentaria em 2020. À medida que o marketing de influência se torna mais popular, as equipas de marketing alocam orçamentos cada vez maiores, quando comparados com anos anteriores.
7,70% das marcas consideraram que o marketing de influência se tornou mais acessível em comparação com o ano passado, embora continue a existir uma necessidade de uniformização de processos.
32,4% das marcas querem preços padronizados e transparentes. Para que a indústria amadureça, deve existir um sistema único que permita às marcas saber que budgets devem alocar às campanhas com influenciadores. 29% das marcas admitem não ter a certeza sobre a forma como é definido o valor dos posts patrocinados.
24,6% das marcas tem em consideração a qualidade do conteúdo. O número de seguidores é um dos principais indicadores na hora de escolher um influenciador. No entanto, as marcas já têm em consideração outros fatores.
23,2% das marcas insistem na medição do ROI. Embora os orçamentos tenham aumentado, o que demonstra a confiança no marketing de influência, o ROI ainda é uma das grandes questões.
40,2% das marcas fazem campanhas com influenciadores para aumentar o awareness sobre a própria marca.
71,0% das marcas promovem campanhas no Instagram. O Instagram continua a ser o canal preferencial para a promoção de campanhas de marketing de influência bem-sucedidas.
Comparando com os resultados obtidos o ano passado, pode-se afirmar que estamos perante um período de maior estabilização do setor do marketing de influência. As mais recentes marcas do mercado, bem como as já consagradas, estão a descobrir novas maneiras de trabalhar com influenciadores em toda a sua estratégia de marketing.
O grande desafio do marketing de influência está agora do lado das plataformas, agências, associações do setor e reguladores que enfrentam o desafio de padronizar e regular as práticas comerciais em relação aos preços para que esta expansão continue a evoluir favoravelmente.