Um estudo recente da plataforma TribeOS mostra que 77% dos marketers já ouviu falar de fraude publicitária online. No entanto, apenas 1 em cada 10 tem um conhecimento prático sobre o que é realmente a fraude publicitária ou como funciona. A maioria destes profissionais ainda não acredita que esta os afeta e acreditam mesmo ser “um problema de outros”.
Augustine Fou, um especialista em marketing digital com mais de 25 anos de experiência e ex-Chief Digital Officer da Omnicom, explica que esta perspetiva demonstra uma visão errada da realidade, uma vez que a fraude publicitária digital é um problema de todos e que os profissionais de marketing estão a perder bastante ao não revelarem preocupações com esta questão.
Num artigo publicado no site da Trinity P3, Augustine Fou para expor o problema, começa por desconstruir a fraude publicitária digital para que todos percebam do que se trata e o que está em causa.
Trata-se de exibir anúncios publicitários a bots (programas de software) ou robots, em vez de a pessoas humanas. Ou seja, quando os profissionais de marketing compram espaço para exibir os seus anúncios online, acreditam que o estão a fazer para serem exibidos em sites que serão vistos por pessoas reais. Mas, em vez disso, são configurados sites falsos que utilizam tráfego de bots para gerar impressões fraudulentas de anúncios. Este processo faz com que parte do budget investido no digital vá diretamente para “piratas informáticos”, o que leva a que os resultados comerciais esperados, sejam alcançados com mais dificuldade e com mais custos.
No início do digital, os anúncios online eram comprados diretamente aos sites e sabia-se que quem visitasse determinada página iria visualizar o anúncio. Com o passar dos anos, o digital foi ganhando terreno no campo da publicidade e começaram a surgir empresas com tecnologias que permitem exibir o anúncio certo para a pessoa certa no momento certo, não importando onde aparecem. A compra de publicidade online deixa assim de ser feita diretamente aos grupos de media para passar a ser feita a empresas tecnológicas de publicidade que garantem que estes são exibidos num amplo número de sites e, por conseguinte, vistos por o maior número de público.
Esta tendência foi vista pelos hackers como uma oportunidade e rapidamente criaram grandes quantidades de sites falsos cujo único objetivo é ganhar dinheiro a vender espaço. É aqui que surge a fraude porque nenhum desses sites tem visitas de pessoas reais ou aparece em motores de pesquisa. O tráfego é gerado por bots – programas de software instruídos para carregar páginas específicas um X número de vezes.
Um estudo da MIT Technology Review mostrou que a fraude publicitária digital e a fraude por cliques foram, de longe, as utilizações mais lucrativas das redes de bots.
Após esta explicação, Fou questiona a razão pela qual sendo a fraude assim tão óbvia, porque é não foi descoberta e interrompida há mais tempo. Basicamente porque o mercado da publicidade online lucra com quantas mais impressões de anúncios existirem.
No final do artigo o especialista alerta os marketers para que não pensem que “está tudo bem”, estes devem colocar questões, mesmo que sejam difíceis e exigir receber pelo que estão a pagar. A propósito deste problema há muito identificado, a APAN disponibilizou aos seus associados o “Compêndio sobre Fraude Publicitaria para Investidores em Media”, preparado pela WFA, que explica em detalhe todo este processo bem como o seu impacto sobre os investimentos e deixa recomendações aos anunciantes. Este documento está no site da APAN em exclusivo para os seus associados.
O artigo original está disponível AQUI