Redes sociais devem ser responsabilizadas pelos seus conteúdos

Redes sociais devem ser responsabilizadas pelos seus conteúdos
06/05/2019 APAN

Redes sociais devem ser responsabilizadas pelos seus conteúdos Na abertura da Global Marketer Conference, Stephan Loerke, CEO da World Federation of Advertisers (WFA), apelou todos os anunciantes que responsabilizem as redes sociais pelas falhas recentes no bloqueio de conteúdos com discursos de ódio e discriminatórios.

Embora as empresas devam decidir individualmente como abordar o assunto, a WFA está a apelar aos seus membros e marcas espalhados por todo o mundo – os financiadores do sistema de publicidade digital – para que pressionem as plataformas a fazerem mais no sentido de evitar que os seus serviços e algoritmos sejam usados com intenções maliciosas.

Esta posição surge depois de múltiplos incidentes em algumas das maiores plataformas digitais do mundo, nomeadamente: comentários de caráter pedófilo em vídeos com crianças no YouTube; glorificação da automutilação e conteúdo sobre suicídio no Instagram; e, mais recentemente, a transmissão em direto do ataque terrorista em Christchurch, Nova Zelândia pelo Facebook.

Todas estas plataformas são financiadas por anunciantes e, como tal, aqueles que as tornam lucrativas têm a responsabilidade moral de considerar mais do que apenas a eficácia e eficiência que estas proporcionam às mensagens da marca.

A WFA junta-se assim a um dos seus membros, a Association of New Zealand Advertisers (ANZA), que já tinha impelido os seus associados a ponderar cuidadosamente sobre onde colocam publicidade e desafiado os responsáveis pelas plataformas online a fazer mais.

«Esta não é somente uma questão de segurança da marca. Responsabilizar as plataformas online da mesma forma que fazemos com os media tradicionais é uma questão moral», declara Lindsay Mouat, diretor executivo da ANZA.

A posição tomada pela WFA reflete a necessidade destes desafios serem enfrentados, não por apenas um país, mas sim por uma frente global unida.

A melhoria do ecossistema online é uma das maiores prioridades dos membros da WFA. 47% dos inquiridos por um barómetro promovido durante este mês por entre mais de 200 marketers séniores de mais de 100 marcas, que representam um total de 125 mil milhões de dólares investidos em publicidade, consideraram que melhorar o ecossistema da publicidade online é a grande questão que a indústria do marketing precisa de enfrentar durante o ano de 2019.

O Global Media Board da WFA, que junta 16 dos maiores investidores em publicidade do mundo, tem vindo a liderar o trabalho da Federação nesta frente.

«Os profissionais de marketing devem refletir sobre a forma como financiam estas plataformas. Por outro lado, as plataformas devem fazer mais para amenizar o crescente número de preocupações dos anunciantes. A WFA está comprometida em trabalhar com as plataformas de maneira construtiva, a fim de encontrar soluções para esses problemas graves. O nosso objetivo comum deve ser construir um ecossistema que seja sustentável e não prejudique as pessoas, as comunidades e a sociedade como um todo», afirma Stephan Loerke, CEO da WFA.

«A influência das plataformas online em moldar culturas e na mobilização de comunidades em todo o mundo já é expressiva e cresce cada vez mais. Isso significa que as marcas e as plataformas devem assumir um nível mais alto de responsabilidade para garantir que esses ambientes online sejam forças para “praticar o bem”, não para incitar ao conflito ou violência. Isso começa com o reconhecimento das falhas e o rápido investimento em soluções duradouras. Para impulsionar a mudança, precisamos de menos debate e mais ação», defende Raja Rajamannar, diretor de marketing e comunicação da Mastercard e presidente da WFA.

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