A Deloitte acaba de divulgar as conclusões do seu mais recente relatório, o Global Marketing Trends 2021. Na análise fica claro que entre os consumidores persiste um sentimento de incerteza no futuro e em que as ligações humanas e a confiança, mais do que nunca, constituem-se como valores primordiais. Este estudo permite-nos compreender a forma como os comportamentos humanos estão a mudar e ajuda as organizações, os CMOs e outros líderes empresariais a agir de acordo com as necessidades do cliente.
O Relatório identifica o Agile Marketing, como a chave para a autenticidade, numa altura em que as marcas devem ir ao encontro das “necessidades humanas”. A confiança e a fidelidade à marca estão cada vez mais interligadas, mesmo quando os consumidores esperam que as marcas sejam capazes de se adaptar rapidamente a tempos tão difíceis como os que se vivem atualmente.
De acordo com as conclusões deste estudo, 1 em cada 5 clientes irá apoiar uma marca que tenha tomado medidas positivas, enquanto 1 em cada 4 irá afastar-se, caso não concorde com as decisões tomadas. Quase 4 em cada 5 pessoas conseguiram identificar um momento em que uma marca respondeu positivamente à pandemia e 1 em cada 5 pessoas concordou que isso levou ao aumento de lealdade para com a marca. 82% dos inquiridos afirmou que a existência de ofertas novas e adaptadas à realidade atual os levam a querer fazer mais transações com a marca.
Estes são apenas alguns dos dados analisados pelo Relatório, realizado com base em dois inquéritos: o primeiro, realizado a quase 2.500 consumidores adultos em países selecionados na América do Norte, Europa, Médio Oriente e Ásia; o segundo, realizado a mais de 400 executivos, incluindo CMOs, de empresas globais dos EUA.
No que diz respeito às principais tendências identificadas, segundo a Deloitte, têm em comum o facto de romperem com a nossa mentalidade, muitas vezes defensiva, para satisfazer, de forma mais holística e autêntica, as necessidades humanas.
- Propósito: As marcas emergentes serão aquelas que sabem porque existem e a quem servem, e como tal, estão posicionadas de forma única para navegar numa mudança sem precedentes.
- Agilidade: Os marketers bem-sucedidos serão aqueles que investem em estratégias de agile marketing. A recessão desencadeada pela pandemia não recompensará a redução da imaginação e inovação.
- Ligações humanas: Criar ligações autênticas é agora mais importante do que o speed-to-market ou a eficiência. É a escolha entre fazer um voo mais barato ou mais seguro; comprar vestuário com a entrega mais rápida ou do fornecedor com a cadeia de abastecimento concebida de forma mais ética.
- Confiança: A confiança surge quando o que é prometido corresponde ao que é entregue. As mensagens devem ser transparentes, e a entrega dessas mensagens deve ser consistente e fiável. Há que pensar em mudar o foco dos dados demográficos para valores.
- Participação: Envolvimento do cliente a um nível mais profundo, indo além de respostas passivas para atividades como escrever reviews online, dar conselhos a outros clientes, participar em conversas (quer diretamente com a marca ou em redes sociais), e criar conteúdos relevantes para a marca.
- Fusão: Esta tendência reconhece o poder da realização de parcerias de negócios inovadoras. A título de exemplo, a ExxonMobil fez uma parceria com uma empresa de tecnologia global e uma marca local de assistência automóvel para criar uma ‘experiência de manutenção de automóveis digitalmente capaz’. A plataforma de dados criada através do ecossistema permite aos clientes receber recomendações de manutenção e fazer reservas online para que os carros sejam reparados; ao mesmo tempo, permite à ExxonMobil não só abastecer os veículos, mas também assegurar que estes estão a funcionar de forma segura e eficaz.
- Transformação de talentos: As equipas de marketing precisam desenvolver novos modelos de talento para se diferenciarem num ambiente digital em rápida evolução. Os marketers podem desenvolver uma equipa principal composta pelas funções que melhor refletem a sua vantagem competitiva. Tradicionalmente, estas funções incluem os responsáveis por data insights, criação e dinâmica de conteúdos, e owned e earned media. E não devem menosprezar a flexibilidade criada pela gig economy.