Três tendências que estão a mudar o vídeo durante a pandemia

Três tendências que estão a mudar o vídeo durante a pandemia
18/05/2021 APAN

Três tendências que estão a mudar o vídeo durante a pandemia O mundo do vídeo está a mudar rapidamente, redefinindo o que vemos, como vemos e as razões porque vemos. Estes desenvolvimentos afetam todo o ecossistema e todos os agentes que participam nesta dinâmica nomeadamente espetadores, anunciantes, criadores e artistas.

Estas atualizações não surgiram de repente, mas a pandemia acelerou-as. Neste último ano, as pessoas tornaram o seu mundo ainda mais digital, e com esta mudança também as tendências de vídeo têm evoluído. Neal Mohan, Chief Product Officer do YouTube, identifica três tendências a notar neste campo.

A tendência do video streaming e da televisão conectada

Já antes da pandemia, o streaming estava rapidamente a tornar-se a forma preferida de assistir a conteúdos vídeo, uma tendência que se solidificou em 2020, em detrimento da televisão. Este ano, o eMarketer projeta que mais de 106 milhões de lares nos EUA irão assistir a conteúdos em streaming, fazendo quase desaparecer o número de lares que pagam por serviços de televisão tradicionais como o cabo ou satélite.

No YouTube, de acordo com Neal Mohan, estão a chegar à conclusão que os espetadores cada vez mais se afastam do horário nobre tradicional. O novo horário nobre é pessoal. As pessoas querem a liberdade de ver qualquer coisa quando quiserem, quer se trate de um filme favorito, de uma atuação musical rara, de um evento desportivo ou simplesmente um vídeo que ajude a satisfazer uma determinada necessidade. E como as pessoas passam mais tempo em casa, estão a ver mais conteúdos do que nunca em ecrãs de TV conectados (CTV). Embora seja verdade que as pessoas ainda veem muito YouTube no telemóvel, a TV é agora o ecrã que regista um crescimento mais rápido. Neal Mohan partilha que, nos Estados Unidos da América, em dezembro, mais de 120 milhões de pessoas visualizaram vídeos no YouTube a partir dos seus ecrãs de televisão.

A dispersão das pessoas para a CTV traz problemas e oportunidades para os anunciantes. Planear o que comprar e a necessidade de medir o impacto não são desafios novos, no entanto é fundamental que sejam criadas novas soluções. Uma vantagem é que, com o streaming, os anunciantes têm mais possibilidades de se conectarem com as pessoas que lhes interessam e que estão a abandonar a televisão linear e a trocá-la por plataformas de streaming. Embora possa parecer que isto fragmenta ainda mais o público que estamos todos a tentar alcançar, o número de plataformas, com escala, apoiadas por anúncios é na verdade bastante reduzido.

E-commerce está a acelerar, impulsionado pelo vídeo digital

Não é segredo que o comércio eletrónico tem vindo a crescer há anos. Contudo, a pandemia aumentou esta tendência:  o peso das compras online no total das vendas a retalho cresceu 44% em 2020. À medida que os consumidores continuam a mudar para o digital, o vídeo irá desempenhar um papel cada vez mais importante.

Uma das razões para isto acontecer é que, sem a experiência em loja, os consumidores sentem necessidade de ter um guia online. É aí que entram os criadores do YouTube.

De acordo com Neal Mohan, os criadores passam bastante tempo a construir ligações autênticas com o seu público e, como resultado, estão numa posição única para oferecer recomendações de marcas e produtos de confiança. Veja-se o exemplo de vlogs sobre todos os tipos de equipamento tecnológico, desde telemóveis a drones de consumo. As opiniões dos especialistas são um recurso do qual os consumidores passaram a depender.

Assim, o papel único que os criadores desempenham na viagem do cliente criou oportunidades para plataformas como o YouTube oferecerem mais experiências de compras sem descontinuidades. Mohan divulga que o YouTube está a testar uma versão beta de uma ferramenta integrada na plataforma que permite aos telespetadores aproveitar a credibilidade e o conhecimento dos seus criadores favoritos para fazer compras informadas diretamente no YouTube.

Para Mohan espera-se que inovações como estas possam ajudar a desbloquear novos valores para os consumidores, criadores e marcas de retalho.

Conteúdo curto vem para ficar no longo prazo

Outra tendência que aumentou no último ano foi a criação e o consumo de vídeos curtos, fenómeno que acontece especialmente nos telemóveis. A razão deve-se à facilidade de acesso a este mundo pelos dispositivos móveis e, ainda, ao facto de os telemóveis continuarem a ser ferramentas simples, mas poderosas, para quem procura criar e consumir conteúdo atrativo.

Para ajudar a levar aos espetadores mais deste tipo de conteúdos – e para facilitar a produção dos mesmos por criadores e artistas – o YouTube está a desenvolver a plataforma “Shorts”, que começou a ser testada em 2020 na Índia, e que começará a ser testada nos EUA brevemente.

Esta nova experiência oferece a possibilidade de gravar com música, com um temporizador, com a funcionalidade de contagem decrescente e de controlar a velocidade.

Desde o início de dezembro, o número de canais indianos que utilizam as ferramentas de criação de Shorts mais do que triplicou.

Como estas tendências sublinham, é um momento vibrante para o vídeo digital. O vídeo permite aos espectadores experimentar conteúdos como nunca antes, aos anunciantes chegar aos clientes como nunca antes e aos criadores e artistas criar como nunca antes.

Neal Mohan diz-se entusiasmado para ver quais as novas tendências que vão surgir ao longo do caminho, numa altura em que o CTV, o comércio eletrónico e o vídeo em forma curta continuam a sua aceleração num mundo pós-pandémico.

Veja o original aqui.

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